Boas práticas de gestão de equipa: escutar e pensar

Boas práticas de gestão de equipa: escutar e pensar

Boas práticas de Gestão de Equipa

Boas práticas de gestão de equipa: escutar e pensar. Este é o tema do artigo desta semana.

Refiro muitas vezes a importância da comunicação na gestão de equipa, mas é importante salientar que a comunicação para ser eficaz, terá que ser sempre nos dois sentidos. 

A maioria dos gestores entende a importância de falar de forma eficaz, de passar as suas ideias, de indicar o caminho e de passar para a equipa as suas convicções e a sua força.

Boas Práticas de Gestão de Equipa: Escutar e Pensar

No entanto, esquecem-se, muitas vezes, que do outro lado estão pessoas que também têm ideias, que nem sempre estão alinhadas com as nossas e que também gostam de falar e de se sentir parte da empresa. É importante escutá-las, ouvi-las com muita atenção e fazer o esforço de entender profundamente as mensagens que vos estão a ser transmitidas e pensar sobre isso de uma forma genuína e sem julgamento.

Às vezes, mesmo que não seja trabalho, temos que saber parar e ouvir. Há momentos em que os nossos colaboradores precisam de pôr cá para fora o que sentem. Nós temos que o permitir, temos que os ouvir de uma forma empática, sem julgamentos. Não estou com isto a defender que o nosso gabinete tenha de ser o confessionário, nem que sejamos permeáveis às queixinhas, mas ouvir os outros, sempre que vos pareça que seja importante para a outra parte, pode ser muito bom para criar um relacionamento mais próximo que nos permita aliviar o ambiente de trabalho.

A proximidade entre os colaboradores cria relações mais fortes que permitem, na maior parte das vezes, manter bons ambientes de trabalho e dessa forma aumentar a produtividade e o envolvimentos dos colaboradores no dia a dia da empresa.

Um Prenda

Quando a conversa com o colaborador é sobre assuntos do trabalho, mesmo quando ele tem uma opinião totalmente diferente da nossa, devemos ouvir e pensar sobre ela com toda a atenção. Eu costumo dizer aos meus clientes, quando ficam aborrecidos com alguma opinião diferente ou crítica, que, quando alguém lhes dá uma opinião ou lhes faz uma crítica, eles devem interpretar como uma prenda.

Na vossa vida, já receberam certamente muitas prendas que não vos agradaram, certo? E o que fizeram?

Ficaram ofendidos com quem vos ofereceu um presente? Desataram a discutir com a pessoa que vos ofereceu a prenda, insistindo no quanto não gostam da prenda? Ficaram convencidos que a pessoa era uma idiota só porque lhe tinha oferecido algo que não gostaram?

Certamente que não…

Quando alguém lhe faz uma crítica ou lhe transmite uma opinião diferente da sua, deve olhar para o momento com gratidão. Alguém que não quer saber de si não irá investir o seu tempo a criticá-lo ou a dar-lhe uma opinião. Se a pessoa está a investir o tempo dela consigo é porque é importante e, por isso, não pode levar a mal nada do que receba, independentemente de concordar ou não.

Quando discorda do que ouve, só tem de agradecer na mesma e dizer: “Muito obrigada pela sua partilha. A sua opinião foi importante pois fez-me pensar novamente neste tema. Entendo o seu ponto de vista e não posso concordar consigo por isto e aquilo”.

Entender as Diferenças

Todos temos direito a opiniões e ainda bem que há opiniões diferentes das nossas. É importante entendermos estas diferenças de uma forma positiva, pois são as opiniões diferentes, aquelas que muitas vezes nos parecem absurdas, que nos fazem evoluir. São as pessoas que discordam de nós que nos fazem ver opções diferentes, que nos fazem questionar as verdades absolutas e que nos fazem evoluir.

Se as entendermos e pensarmos sobre elas estamos sempre a aprender. Se concordarmos com essas opiniões estamos a aprender mas, mesmo que não concordemos, estamos a aprender também pois pensamos novamente sobre o tema, reforçamos a nossa opinião e incorporamos mais um ponto de vista com o qual não concordamos. É sempre uma óptima aprendizagem e, por isso, tirem sempre o maior partido destes presentes.

É muito importante termos sempre a participação dos nossos colaboradores nas grandes decisões, pois várias cabeças aportam mais valor, permitem o alargamento dos pontos de vista. O ser humano toma a melhor decisão sobre as alternativas que vê. O desafio é que, muitas vezes, vê poucas alternativas ou analisa mal as alternativas. Incorporando um maior número de pessoas e de opiniões à decisão, ela fica muito mais rica pois traz para cima da mesa outras ideias e outras formas de pensar. A esse propósito, recomendo a leitura deste artigo.

Escutar e pensar

Mas será a gestão uma democracia?

Quando falo deste ponto, recordo sempre o meu querido pai que, quando vivíamos todos na mesma casa, sempre nos disse: “Sim, meus queridos, esta casa é uma democracia, todos têm direito a voto e eu quero muito ouvir as vossas opiniões. Mas não se esqueçam que eu tenho 4 votos”. Era eu, o meu irmão e os meus pais e, por isso, mesmo que eu, a minha mãe e o meu irmão não estivéssemos de acordo, não conseguiríamos contrariar a opinião do meu pai. Era apenas forma de falar, ele até nos ouvia bastante, mas a mensagem ficou.

As empresas também devem funcionar assim. Embora, na minha opinião, seja muito importante que os colaboradores se sintam ouvidos, que possam dar sempre a sua opinião de uma forma aberta e que isso faça parte da cultura, a decisão final é sempre do dono da empresa, do gestor. Ele tem sempre a responsabilidade final sobre tudo o que é decidido e, por isso, deve pensar pela cabeça dele.

Responsável Final

Para todas as decisões importantes, que realmente afetam os resultados da empresa, o responsável final é o gestor da empresa. É ele que responde pelas consequências quer positivas, quer negativas e, por isso, não se pode desculpar com a influência dos outros.

Em suma, é muito importante que todos os colaboradores sintam que vivem num ambiente empresarial em que podem falar, em que as suas opiniões contam e que são parte importante da empresa. No entanto o gestor nunca se pode esquecer que a responsabilidade final sobre tudo o que acontece na empresa é sua e, por isso, deve incorporar as opiniões dos colaboradores, deve pensar sobre elas, mas a decisão final sobre os caminhos a traçar deve ser sempre sua, pois é sobre si que caiem as consequências.

Boas práticas de gestão de equipa: escutar e pensar

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